2.1 Objetivo
Esta cartilha tem o objetivo de mostrar regras básicas de acessibilidade, que podem ser usadas de forma simples e rápida, permitindo o mínimo de acessibilidade para páginas WEB.
Esta cartilha não tem a intenção de ensinar a linguagem HTML, CSS, Javascript, Aria e desenvolvinto para Web.
2.2 Esclarecimentos iniciais
2.2.1 Quem são as pessoas que se beneficiam com uma Web mais acessível?
Existem diversas pessoas que se beneficiam quando um site utiliza as técnicas de acessibilidade, como por exemplo:
- Surdos
- Deficientes auditivos
- Daltonismo
- Dislexia
- Cognitivas
- Cegos
- Baixa visão
- Deficientes motores
- Deficiência temporária
- Idosos
- Desenvolvedor Web
- Comércio
2.2.2 Como pode uma pessoa cega usar um computador e navegar na internet?
Utilizando um terminal Braille e/ou utilizando um programa leitor de tela.
O programa leitor de tela converte a informação que está na tela para uma representação textual e envia para um sintetizador de voz ou terminal Braille.
O terminal Braille é um terminal que acoplado a um teclado comum de computador codifica as linhas da tela para representação em Braille e permite que o deficiente visual as leia.
A seguir as fotos de uma estação de trabalho com terminal KTS Powerbraille.
PowerBraille 1
PowerBraille 2
PowerBraille 3
PowerBraille 4
Um terminal KTS Powerbraille é muito caro, algo próximo de US$10.000 (Dez mil dólares). Devido a isto, é muito mais comum o deficiente visual utilizar apenas o programa leitor de telas.
Veja abaixo algumas animações em áudio e vídeo mostrando o acesso à um site web utilizando o leitor de telas "Jaws for Windows".
Abrindo o Internet Explorer.
Leitura automática da página.
Navegando com a tecla TAB
2.2.3 Como pode uma pessoa cega utilizar o mouse?
Apesar do mouse ter sido um invento muito prático para as pessoas que têm a visão normal, este perde praticamente toda a sua funcionalidade para o deficiente visual, pois toda a navegação na tela é feita através do teclado.
Mesmo que você não entenda nada sobre acessibilidade digital, coloque em mente que se o seu site puder ser utilizado através do teclado, este terá grande change de ser acessível.
2.2.4 A pessoa surda precisa de acessibilidade ?
Apesar de não existirem estudos precisos sobre percentual de surdos oralizados e surdos sinalizados, parte dos surdos brasileiros tem grandes dificuldades para escrever ou ler em português e normalmente, quando alfabetizados, são alfabetizados em LIBRAS (Lingua Brasileira de Sinais).
Apesar dos surdos oralizados entenderem português, as legendas são essenciais para apoiá-los no entendimento, enquanto os surdos somente sinalizados necessitam de legendas e tradutores de Libras.
Em todas as línguas de sinais, inclusive na Libras, cada palavra é representada por um sinal e possuem regras gramaticais específicas. Por este motivo é muito importante que as informações sejam claras, simples e sem os famosos enche linguiças. Conhecer a técnica de Webwriting irá ajudar muito para um conteúdo mais adequado para todos.
Para que as informações publicadas na Web estejam acessíveis para pessoas que foram alfabetizadas apenas em Libras, além de estar aderente as diretirzes de acessibilidade do W3C/WAI/WCAG, existem aplicativos interpretes de Libras, como por exemplo: Handtalk , VLibras , Rybená, entre outros, que são usados para traduzir a informação escrita em português para Libras.
O VLibras é a ferramenta de tradução do português para Libras sugerido para sites do governo brasileiro.
Assista o vídeo para saber como o VLibras funciona.
Conheça a Suite Vlibras no site Software público brasileiro.
2.2.5 Para saber mais
- Introdução de como pessoas com deficiência acessam a Internet, do W3C/WAI.
- Acessaweb debateu como a pessoa com deficiência navega na Internet, da EBC.
- Campanha Movimento Web para todos - Como marcar um date no APP (Sendo cego) - 60'
- Como os cegos usam o celular?
- Conheça o Xulia, um software para tetraplégicos utilizarem computador por comando de voz
2.3 Base de estudo
Apesar de existirem alguns programas leitores de tela com mais recursos de acessibilidade, a primeira versão desta cartilha foi baseada baseada no leitor de telas Virtual Vision 2.01, que é um programa desenvolvido por uma empresa nacional, a Micropower. Recentemente os conceitos foram revisados utilizando o Leitor de Telas gratuito NVDA.
Apesar deste leitor de tela não possuir alguns recursos tão avançados como outros leitores como o "Jaws for Windows", o NVDA caracteriza-se por usar um sintetizador que permite acoplar uma dicção perfeita da língua portuguesa e possuir os principais recursos de uso e navegação, além de ser amplamente utilizado no Brasil.
2.4 Exemplos utilizados nesta cartilha
Esta cartilha mostra exemplos práticos, elaborados por mim, utilizando técnicas básicas de acessibilidade, tendo como principal foco o leitor de telas.
As técnicas utilizadas nesta cartilha são baseadas nas recomendações Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG) 2.0, do W3C - Word Wide Web Consortium e outras baseadas em minha própria experiência no desenvolvimento de sites acessíveis.