É inegável a "revolução" que a Internet causou no acesso e na disponibilização de informações em todo o mundo.
As aplicações na educação, no comércio, no governo e em muitas outras atividades cotidianas crescem a cada dia. A ausência da necessidade do deslocamento físico é, talvez, um de seus principais atrativos.
Não fazer distinção entre pele, credo, localização geográfica ou outro possível fator de discriminação ao usuário é, sem dúvida, um imenso avanço para a humanidade. Entretanto, o "espaço democrático por natureza" também pode trazer consigo alguns pontos negativos. A própria evolução das linguagens, dos recursos disponíveis e uma ânsia incontida de "fazer melhor" pode implicar a exclusão de alguns destes usuários devido a suas características pessoais.
Acessibilidade é a tradução operacional do direito básico de ir e vir, de forma independente, em todos os ambientes, sejam físicos ou virtuais.
Cabe a cada um de nós, como desenvolvedores e usuários da Internet, compreender um pouco sobre acessibilidade virtual e exigirmos, mais e mais, esta condição para que não surja uma nova categoria de "marginalizados" ou excluídos digitais.
1.1 O que é acessibilidade na Internet?
É possibilitar que uma maior quantidade de pessoas tenha acesso à informação, através da utilização de recursos naturais e extensões da própria linguagem HTML que permitem e facilitam que os sites e páginas da Internet possam ser lidos por todos.
1.3 Existem diversas razões para a importância da acessibilidade na Internet
- O uso da Internet vem crescendo cada vez mais em todas as áreas da sociedade;
- Existem barreiras na Internet para muitas pessoas com deficiência;
- Milhões de pessoas possuem deficiências que dificultam seu acesso à Internet;
- A Internet é a tecnologia que mais rapidamente cresce, e, para pessoas com deficiência, pode significar a abertura de novos horizontes;
- A Internet vem se tornando uma importante fonte de recursos:
- Notícias, informação, comércio, lazer;
- Educação, governo, aprendizado à distância, pesquisas, saúde, emprego, informação em caso de emergência ou desastre natural;
- Participação cívica - Leis, informações governamentais, acesso à justiça, serviços públicos, participação política;
- Um local de interação;
- Uma Internet acessível significa informação sem precedente;
- De acordo com o Censo brasileiro de 2000, 14,5% da população brasileira era portadora de, pelo menos, uma das deficiências investigadas. Existiam 148 mil pessoas cegas e 2,4 milhões com grande dificuldade de enxergar. 5% da população brasileira possui perda auditiva, são mais 10 milhões de cidadãos, dos quais 2,7 milhões possuem surdez profunda (fonte Censo 2000 IBGE);
- Alguns países como, por exemplo, EUA, Portugal, Brasil, Holanda, entre outros possuem leis e decretos que obrigam dispor de acessibilidade em sites;
- No Brasil, o Decreto N° 5.296, de 2 de dezembro de 2004, regulamenta a Lei 10.098, de 19 de dezembro de 2000, a qual estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida e dá outras providências;
- O Brasil é signatário desde 01 de agosto de 2008 da Convenção dos Direitos da Pessoas com Deficiência, da Organização das Nações Unidas (ONU);
- O Google indexa melhor as páginas escritas corretamente.
1.4 Por que resolvi aprender sobre acessibilidade na Internet?
Quando tive meu primeiro contato com a Internet, fiquei deslumbrado com a grande porta que se abria em termos de informação. Passei a ter acesso a conhecimentos que só existiam na forma impressa, muitas vezes de difícil localização e de alto custo.
No início do ano 2000, percebi que a Internet poderia ter um propósito muito maior do que aquele com o qual fiquei deslumbrado. Percebi que com a Internet uma pessoa com limitações poderia passar a ter acesso às mesmas informações as quais eu tinha e que poderia passar a ler livros, jornais, revistas, manuais técnicos, literaturas, conhecer lugares, etc.
Achei isso tão fascinante que comecei a estudar sobre acessibilidade na Internet. Mudei uma antiga página pessoal que tinha, tornando-a acessível. O meu objetivo não era desenvolver uma página que pudesse ser navegada apenas pessoas com deficiência. Intencionava mostrar que uma página pode permitir acessibilidade para todos, bastando, para isso, que algumas recomendações fossem seguidas. Tais recomendações serão abordadas nesta cartilha.
Um outro forte fato que me fez ir adiante foi a possibilidade de proporcionar a uma amiga de trabalho, na época cega há 35 anos, a capacidade de ler sozinha, pela primeira vez, a versão on-line do jornal O Globo, uma das páginas mais acessadas do Brasil. Definitivamente, as portas de um novo mundo começavam a se abrir.
Para dar continuidade à leitura das páginas na ordem do índice desta cartilha, basta selecionar o link "Próxima página" ao final das páginas.