3.1 Sobre o WCAG
Em 2002 quando comecei a estudar sobre acessibilidade haviam poucos ou quase nenhum documento publicado na Web sobre o assunto.
Encontrei o "WCAG 1.0 - Diretrizes de acessibilidade de conteúdo da Web", na época um documento texto de quase 200k, em inglês. Passei dias lendo o documento achando que quando acabasse de ler saberia tudo sobre o assunto. Um grande engano, pois mesmo lendo todo o documento ainda continuava muito confuso.
Foi então que percebi que WCAG não era um documento para leitura e entendimento e sim uma referência para questão e que na verdade eu precisava colocar em prática o conhecimento absorvido e conseguir aplicá-lo no contexto dos usuários que necessitavam de acessibilidade.
Pude participar de um grupo de troca de e-mail de quase 200 pessoas, todas cegas ou de baixa visão, eu era o único "vidente" (que encherga) e desenvolvedor. Neste grupo que comecei a compreender as necessidades destes usuários.
Muitos usuários me pediam como orientar os desenvolvedores de sites a dispor de acessibilidade em seus sites, foi então que resolvi escrever esta Cartilha de Acessibilidade, com regras básicas e exemplos práticos, que se observados elevariam a acessibilidade do site para um nível bem elevado.
O que quero dizer é que não adianta querer ler o WCAG 2.0 de ponta a ponta, detalhe por detalhe e achar que vai virar um especialista, pois precisa vivenciar a prática de como pessoas com deficiencia utilizam a Web e quais são as suas dificuldades.
As ferramentas automatizadas, que verificam a aderência a diretriz do WCAG, indicam pontualmente o que não está aderente, permitindo que analisemos o apontamento junto ao WCAG e façamos as devidas correções.
3.2 Compreendendo a estrutura do WCAG 2.0.
O WCAG 2.0 - Diretrizes de acessibilidade de conteúdo da Web é dividido em princípios, diretrizes com critérios de sucesso testáveis e níveis de conformidade.
3.2.1 Princípios
Perceptível, operável, compreensível e robusto.
- Perceptível: As informações e os componentes da interface do usuário devem ser apresentados em formas que possam ser percebidas pelo usuário.
- 1.1 Alternativas em Texto: Fornecer alternativas textuais para qualquer conteúdo não textual, para que possa ser transformado em outras formas de acordo com as
- 1.2 necessidades dos usuários, tais como impressão com tamanho de fontes maiores, braille, fala, símbolos ou linguagem mais simples.
- 1.3 Fornecer alternativas para mídias baseadas em tempo.
- 1.4 Criar conteúdo que pode ser apresentado de diferentes maneiras (por exemplo, um layout simplificado) sem perder informação ou estrutura.
- 1.5 Facilitar a audição e a visualização de conteúdo aos usuários, incluindo a separação entre o primeiro plano e o plano de fundo.
- 2 Operável: Os componentes de interface de usuário e a navegação devem ser operáveis.
- 2.1 Fazer com que toda funcionalidade fique disponível a partir de um teclado.
- 2.2 Fornecer aos usuários tempo suficiente para ler e utilizar o conteúdo.
- 2.3 Não criar conteúdo de uma forma conhecida por causar convulsões.
- 2.4 Fornecer maneiras de ajudar os usuários a navegar, localizar conteúdos e determinar onde se encontram.
- 3 Compreensível: A informação e a operação da interface de usuário devem ser compreensíveis.
- 3.1 Tornar o conteúdo de texto legível e compreensível.
- 3.2 Fazer com que as páginas web apareçam e funcionem de modo previsível.
- 3.3 Ajudar os usuários a evitar e corrigir erros.
- 4 Robusto: O conteúdo deve ser robusto o suficiente para poder ser interpretado de forma confiável por uma ampla variedade de agentes de usuário, incluindo tecnologias assistivas.
- 4.1 Maximizar a compatibilidade entre os atuais e futuros agentes de usuário, incluindo tecnologias assistivas.
3.2.2 Diretrizes e critérios de sucesso
- Cada princípio possui diretrizes e recomendações que são nivelados em níveis de conformidade.
- Cada diretriz possui o item "Compreendendo a Diretriz".
- Cada recomendação possui os "Como Cumprir a recomendação" e "Compreendendo a recomendação".